Qual é a identidade da cidade do Porto? De que forma é que essa identidade pode ser preservada e protegida?

O fotodocumentário que pretendemos desenvolver visa perceber de que forma as lojas mais antigas da cidade espelham a personalidade da mesma.

Ao longo dos anos, vários destes locais de comércio antigo têm sido encerrados para dar lugar a lojas “globalizadas”. A perda destes sítios marca profundamente a história dos portuenses – a minha própria história.

Nasci e cresci no Porto. Sinto que quando perdemos estas lojas, perdemos pedaços do coração da cidade, capítulos inteiros do seu livro de memórias. Este projeto é, para mim, uma tentativa de preservar estas histórias antes que desapareçam por completo. Através da fotografia, quero capturar a alma destes lugares e dar voz às narrativas que eles ainda têm para contar.

Além de fotografá-las, é essencial mergulhar na história destas lojas: quando surgiram, os desafios que enfrentaram ao longo do tempo, os que ainda enfrentam hoje. Quero entender o impacto que estas lojas têm na identidade do Porto e porque é que elas são tão importantes para que a cidade continue a ser única.

 

Este fotodocumentário não é apenas sobre o passado, mas também sobre o futuro. Quero convidar as pessoas a repensarem sobre o futuro das relações com o outro (o património do Porto e dos portuenses) e sobre como nos relacionamos com o que é nosso.

Para mim, este projeto é mais do que uma homenagem — é uma forma de retribuir à minha cidade tudo o que ela me deu e continua a dar. É o meu contributo para preservar o Porto, com amor e respeito por quem aqui vive e pelo que aqui vive.

 

Alguns trabalhos que servem de inspiração para o projeto:

O Porto e arredores em 70 imagens (muito) antigas

O Porto dos anos 1950 e 60 “salta” do baú de um fotógrafo quase desconhecido

Mercearia mais antiga do Porto vai fechar e ser substituída pela Ale Hop

Há mais lojas antigas a fechar no Porto que não resistem à idade e aos investidores